Após a vitória do Tutu no sábado diante do Vila Albano, uma vitória simples do Palmeirinha colocava o time da casa nas oitavas de final
Por Lucas Ribeiro
Era o jogo chave da competição. No tão temido grupo da morte, o Ajax chegava ao terceiro já classificado. Com a corda no pescoço, o atual campeão chegava com a obrigação de vencer para avançar para as oitavas de final.
O fantasma do Danubio parecia rondar a Arena. Sim, a equipe da Freguesia do Ó foi desclassificada com justiça em 2015, mas muitos ainda acham que foi exagerada o que aconteceu. E muitos apontavam que o Ajax, por já estar classificado, iria entregar o jogo para classificar o Palmeirinha.
O cenário até pareceu indicar isto, quando o Ajax entrou em campo sem alguns titulares (que nem chegaram a ir para o Paraisópolis), com a desculpa de que estavam economizando dinheiro. Perguntei aos dois treinadores se havia algum resultado combinado: resposta negativa dos dois lados.
O jogo
Então a bola rolou na Arena Palmeirinha Paraisópolis, com a apreensão de todos que estavam no campo. Quem estava de fora, olhava atentamente, procurando notar algo que provasse uma possível marmelada. Quem estava dentro do campo pelo Palmeirinha, estava apreensivo para decidir logo o resultado, para colocar um fim aquele drama todo. Somente os jogadores do Ajax pareciam estar mais a vontade, mas nem por isso com menos apetite de eliminar o atual campeão.
O nervosismo era evidente no time do Palmeirinha, o que atrapalhou o time do Paraisópolis no começo da partida, dando condições do Ajax se impor na partida.
A primeira chance do Lobão foi aos quatro minutos. Gleisson recebeu na intermediária e bateu por cobertura. Juninho, bem atento, deu um passo atrás e, com a ponta dos dedos, colocou a bola para escanteio.
Aos 10, outra oportunidade do Lobão. Pocotó acionou Jhow na direita, que dominou dentro da área e bateu cruzado. A bola pegou na zaga e saiu para escanteio.
O Palmeirinha acordou apenas aos 13 minutos, quando Danilo recebeu no pivô e deu belo passe para Bê. O camisa 15 do Palmeirinha saiu na cara do goleiro, mas pegou por baixo da bola e jogou por cima do gol de Gigo, perdendo excelente chance de abrir o placar.
O Palmeirinha então se acalmou no jogo e passou a ter mais posse de bola, tentando organizar melhor as jogadas.
A segunda chance de gol do Palmeirinha foi de novo de Bê, aos 19 minutos. Ele cobrou falta lateral pela esquerda, direito para o gol. A bola tocou no travessão antes de sair, para lamentações do banco de reservas verde.
A resposta do Ajax foi no minuto seguinte. Em contra-ataque rápido, Rodral recebeu na esquerda e cortando para dentro. Ele limpou o primeiro, o segundo, o terceiro também e bateu para o gol, para grande defesa de Juninho. Um belo lance do Lobão.
Aos 25 minutos, o Palmeirinha teve a sua melhor chance na primeira etapa. Bê enfiou boa bola para Danilo na esquerda. O centroavante ganhou do zagueiro no corpo, atrasou a batida, tirando Gigo da jogada. O gol estava livre, mas o tapa de esquerda saiu torto e pegou na rede, pelo lado de fora, para desespero da torcida.
O Ajax respondeu novamente no minuto seguinte. Jhow recebeu na meia lua, dominou ajeitando para a perna direita e bateu colocado. A bola saiu raspando o poste esquerdo de Juninho, que ficou apenas torcendo.
Pênalti, gols e adeus
O segundo tempo veio com um ar de tudo ou nada para o Palmeirinha.
Desde o apito inicial, os jogadores verdes subiram a marcação e passaram a valorizar a posse de bola, de modo a não dar espaços para o Ajax respirar. Apenas um gol, um único gol e o Palmeirinha estaria nas oitavas de final.
Aos quatro minutos, VEIO A CHANCE DE OURO para o Palmeirinha. Tinho recebeu na direita, invadiu a área e foi derrubado por Aílton. Pênalti claro, sem margens para discussões.
Danilo ajeitou, tomou distância, correu e bateu à meia altura, no canto direito de Gigo, que saltou bem e, de mão trocada, fez uma defesa sensacional, evitando o primeiro gol do Palmeirinha.
Era para ser um balde de água fria, mas o time não se abateu com o pênalti perdido e continuou buscando o primeiro gol. E quem acredita, sempre alcança.
Aos 10, Sassá cobrou escanteio da direita, Danilo escorou para o meio e achou Fumaça (sempre ele), livre na pequena área, cabecear no canto esquerdo alto de Gigo, que nada pôde fazer. Palmeirinha 1 a 0.
O jogo então ficou bem chato. O Ajax procurava o gol de empate, mas esbarrava na forte marcação do Palmeirinha, que defendia a classificação a todo custo.
Era possível ver as teorias da conspiração sendo formuladas já. “Ajax classificado, facilita a vida do Palmeirinha”. Mas um lance aos 26 minutos deixou todo mundo de boca aberta (até este que está escrevendo essa matéria).
Willian cobrou falta da intermediária e Aílton (se redimindo do pênalti cometido) entrou no primeiro pau e desviou de cabeça para empatar o jogo.
Parecia inacreditável. O forte time do Palmeirinha, atual campeão da Copa da Paz, bicampeão da Copa Leões, estava caindo fora. Junto com o Palmeirinha, estava caindo todo os argumentos de quem defendia marmeladas na Copa da Paz. Estava caindo por terra todos os argumentos de quem falava que o Palmeirinha se beneficiava de ser o organizador do torneio. Além do Tutu, quem ganhava com aquele gol era a Copa da Paz, que tinha a sua credibilidade sendo corroborada.
O Palmeirinha foi valente, buscou o segundo gol a todo momento, mas não tinha força nas pernas para conseguir tal feito. Ainda sofreu um duro golpe aos 37 minutos.
Jhow recebeu cobrança de lateral completamente livre dentro da grande área. Foi apenas dominar e fuzilar Juninho, fazendo o segundo gol do Lobão e eliminar o Palmeirinha da Copa da Paz 2016.
Ficha Técnica
Palmeirinha 1×2 Ajax da Vila Rica
Local: Arena Palmeirinha Paraisópolis
Data: 12/06/2016
Palmeirinha: 29 – Juninho, 14 – Risadinha (3 -Robson), 16 – Toninho, 13 – Emerson (9 – Saulo) e 6 – Esquerda; 5 – Sassá, 10 – Fumaça, 15 – Bê (18 – Rodrigo) e 11 – Jorge (20 – Luiz); 8 – Danilo (19 – Nílson) e 7 – Tinho. Técnico: Bruno.
Ajax: 1 – Gigo, 2 – Henrique, 20 – Fred, 3 – Bruno e 6 – Willian; 5 – Danilo, 26 – Aílton, 10 – Pocotó (19 – Bacary) e 11 – Gleisson (22 – Tiago); 17 – Rodral (7 – Alemão) e 9 – Jhow. Técnico: Rodrigo.
Cartões amarelos: Risadinha e Esquerda (Palmeirinha) / Aílton, Henrique e Danilo (Ajax)
Árbitro: Leonardo Moura
Assistente 1: Miguel Angelo
Assistente 2: Alexander Isching