Equipe da “casa” começou mal a competição, mas se reabilitou e garantiu a classificação
Por Caio Henrique
O jogo
O Comercial veio para a partida explorando a velocidade de seus atacantes de ponta, Rato e Capetinha, a equipe de Pirituba queria a vitória para garantir sua passagem para o mata da “Champions” e tentava manter a posse de bola para achar o espaço e, com rapidez, encontrar o passe para abrir o placar. O Favela, por sua vez, foi inteligente e ocupava as brechas do campo deixada pelo adversário para, além de impedir o ataque do Comercial, conseguir criar os seus próprios ataques.
Logo aos quatro minutos de jogo, Pirulito, lateral direito do Favela, chegou atrasado e atingiu o Rato. O atleta tomou o cartão amarelo. Esse cartão fez com que o lado esquerdo do Comercial fosse o local onde a equipe buscaria quase todas as jogadas para tentar fazer o gol. Isso quase aconteceu aos 12 minutos. Rato conduziu na esquerda, a zaga afastou e ele achou um passe lindo de três dedos para Capetinha entrando no facão. Da Silva, zagueiro experiente do time do Guacuri, foi inteligente, fez a leitura da jogada e interceptou o bete com um carrinho providencial.
A bola parada é, sem dúvidas, uma arma muito forte no futebol. Quando ela é usada de forma consciente e ensaiada então, fica uma arma ainda mais forte. Foi usando desse artifício que o Favela achou seu gol. Na verdade um lindo gol. Aos 21, zagueiros na área, todos esperando o cruzamento quando a bola foi tocada pra trás. Um pouco depois da meia lua o volante Adilson do favela chegou batendo de primeira, de chapa, com muita felicidade. A bola tocou o travessão, mas morreu no fundo da rede. Placar aberto.
O Comercial se abalou com o gol sofrido, mas não se desorganizou em campo. A equipe não conseguia infiltrar na defesa adversária, mas ao mesmo tempo não permitia que o Favela chegasse com chances de ampliar o placar. Com isso, a alternativa que se tinha era arriscar de fora da área. Ambas as equipes tentavam, mas sem efeitos maiores. Assim terminou a primeira etapa.
Expulsões, tensão e classificação
No intervalo, em entrevista ao FCS, Du Bala, centroavante da “casa”, se mostrou satisfeito com o resultado, porém preocupado com o lado direito da sua defesa: “Começamos neutralizando o Comercial e fizemos um belo gol. Agora é só acertar nossa marcação aqui pelo lado direito para que o Pirulito não tome o segundo cartão amarelo e seja expulso” disse.
Do lado adversário, Allan, meia esquerda da equipe de Pirituba, disse que forçar o erro do Favela seria o melhor caminho: “Temos que mantar a calma. Eles acharam um belo gol, mas não estamos mal na partida. Agora é continuar organizado, não deixar eles saírem jogando e aproveitar as chances que nós estivermos” completou o camisa 10.
A etapa final começou da forma como acabou a primeira. O Comercial não se desesperada, mas não conseguia achar os espaços, muito em função de perder sua criação perto da área. O Allan que deveria fazer a bola chegar ao trio de ataque buscava jogo atrás para armar, o que deixava mais fácil para a marcação de Enéias e Adilson.
O que já estava sendo feito com maestria pelo Favela teve que dobrar na qualidade. O zagueiro Leonardo que já havia sido advertido com o cartão amarelo no primeiro tempo, foi obrigado a matar a jogada logo no início da etapa final e foi expulso. Com um homem a menos, Dedê, treinador do Favela, de forma inteligente já faz duas mudanças. Tirou o Walas e o Pirulito (este já tinha cartão) para colocar o zagueiro Fernando e o lateral Paulo Henrique.
O Comercial que não tinha nada com isso também já alterou com a saída do Rato que era dúvida para a partida e, por isso, não estava 100% em condições. Entrou um atacante para tentar incendiar o jogo. Mesmo com todas as jogadas táticas de ambos os treinadores, a bola parada ainda era a melhor alternativa. Só uma chegada com a bola no chão pôde ser vista.
Com 12 minutos, Du Bala recuperou a bola na saída errada adversária, conduziu até a entrada da área e bateu fraco para a defesa tranquila de Ivo, do Comercial. Após essa finalização a partida esfriou. O Comercial até tentava penetrar, mas o Favela se posicionava muito bem e não deixava. Nas bolas paradas também, os cruzamentos não eram precisos. Até que, já perto do fim da partida, o clima esquentou. Enéas do Favela e Romário do Comercial se estranharam na lateral, ambos foram expulsos e a partida ficou parada por quatro minutos.
A confusão fez com que a equipe do Favela, que jogava sua vida na copa, se desesperasse e perdesse um pouco a cabeça. Fernando deu um carrinho de força excessiva e também foi expulso. Agora eram dois jogadores a menos, o empate a essa altura seria um péssimo resultado para o Favela que já havia empatado outras duas vezes. Para o Comercial era um ótimo resultado já que a equipe estava com seis pontos e teria ainda mais um jogo para realizar.
Aos 32 minutos, Thalysson recuperou a bola para o comercial e arriscou de fora. Leonardo, bem posicionado, fez a defesa. O tempo foi passando e a placa subiu. Seis minutos de acréscimos. O banco do Favela ficou todo revoltado, o Comercial tentava, era guerreiro, mas quase sofre o segundo gol. E não seria um gol simples. Jonathan que havia entrado no decorrer da partida arriscou um belo chute de longe, batendo falta e obrigou Ivo a fazer uma defesa espetacular.
Após a grande chance o Comercial ficava com a bola, mas Muca e Renato Souza faziam grande partida defensiva, assim como Da Silva. No último lance da partida… Falta para o Comercial. O juiz apitou, Allan cobrou w a zaga afastou para o juiz encerrar a partida. O Favela de quase eliminado está classificado. O Comercial ainda precisa só de si para garantir a passagem de fase.
Ficha técnica
Favela/Guacuri 1×0 Comercial/Pirituba
Data: 04/03/2018
Local: CDC Doroteia
Favela: 1- Leonardo; 2- Pirulito, 4- Da Silva, 15- Léo Souza, 6- Valter; 5- Enéias, 8- Adilson, 17- Walas, 7- Muca; 11- Romarinho e 9- Du Bala
Saíram: Pirulito, Walas, Romarinho, Adilson e Du Bala
Entraram: 21- Renato Souza, 10- Jonathan, 14- Paulo Henrique, 3- Fernando e 19- Piryá
Cartões amarelos: Muca, Valter e Leonardo
Cartões vermelhos: Leandro, Fernando e Enéas
Comercial: 1- Ivo, 3- Diego, 13- Danilo, 2- Rafael, 20- Ricardo; 5- Thalysson, 8- Romário, 10- Alan de Jesus; 4- Rato, 7- Capetinha e 9- Felipe
Saíram: Rato e Ricardo
Entraram: 19- Uendel e 18- Luiz Carlos
Cartões amarelos: Alan, Danilo, Joaquim e Thalysson
Cartões vermelhos: Romário
Árbitro: Rodrigo Seixas
Auxiliar 1: Fernanda Ignácio
Auxiliar 2: Gustavo Henrique
Representante: Willians Rocha